TEATRO
09 de Novembro // 21h30
Teatro Ribeiro Conceição
Lamego
Para alguns críticos, esta relação destes jovens que se amam, mas acabam por se desentender, contém uma referência autobiográfica à relação que Musset mantém com Georges Sand. As críticas à religião, manifestas nas personagens de Bridaine e da Senhora Pluche, bem como no discurso preconceituoso de Camila em relação aos homens, foram, à época, censuradas, obrigando o autor a alterar o texto original para que a peça pudesse ser representada. Em termos estilísticos a peça foi considerada demasiado lírica e complexa pela sucessão de espaços de acção que pressupõem mutações rápidas de cena. A introdução de um coro de camponeses, à semelhança da Tragédia Grega, numa peça que representa um drama, mas que não deixa de ser uma comédia, enfatiza ainda mais uma mistura de estilos que revela uma modernidade surpreendente para a sua época.
Perdican e Camila, são esperados ansiosamente na sua aldeia natal pelo Barão, pai de Perdican e tio de Camila, pois todos esperam verem realizadas as suas núpcias. Mestre Blazius, preceptor de Perdican e a Senhora Pluche, preceptora de Camila, anunciam aos camponeses e criados a chegada dos dois jovens, após anos de separação, durante os quais Perdican teve uma educação laica e Camila foi educada num convento. Embora se amem, a diferença de ideais, fruto de educações opostas, leva os dois jovens a desentenderem-se. Para provocar Camila, Perdican envolve-se com Rosette, jovem e ingénua aldeã, irmã de leite de Camila. Esta acaba por se suicidar e Perdican e Camila afastam-se definitivamente.
DIREÇÃO: David Carvalho - Filandorra Teatro do Nordeste
AUDITÓRIO | M/6 | 5,00€
ENCENAÇÃO: Filipe Crawford